domingo, 12 de outubro de 2008

Diário de Ciclo

Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Educação - Colegiado Dos Cursos de Pedagogia
Ensino Fundamental/ Séries Iniciaid - Porjeto Irecê
Cursista: Elizabete Rodrigues Novais Ribas

Querido diário,

Foram alguns anos de espera, as expectativas eram muitas. Finalmente o grande dia! Ligaram da secretaria de educação para a escola na qual eu trabalho Escola Marcondes Batista Félix, situada á Rua Alto Bonito s/n, Loteamento Félix, que as inscrições para o curso de Licenciatura em pedagogia estavam abertas. Nossa! O coração disparou. Não acredito! Corri em direção à sala da colega Naura, dei a notícia e um abraço bem forte, dizendo: Finalmente! O coração parecia que queria pular para fora do peito. Foram momentos inesquecíveis.
Passada a euforia, programar toda a documentação, entrar no “site”, responder ao questionário sócio-econômico, imprimir boleto e aguardar.
Ficava pensando como seriam os professores, os colegas que ainda não conhecia. Meu Deus! Tempestades de perguntas sem respostas. Convocada para o processo seletivo. O nervosismo tomava conta de mim, mesmo sabendo que seria de inclusão.
A seleção foi feita através da escrita do memorial, garantindo o direito de classificação. Grupos se formavam a cada canto da escola Tenente Wilson Marques Moitinho, situada á Rua São Francisco, s/n. Nos dias 3, 4 e 5 de julho estava eu lá. Com certa timidez observava atentamente. Fiquei na sala com duas professoras: Márcia Sales e Fabrízia, as quais procuraram deixar o grupo bem à vontade para as reflexões dos textos: Carta á Professora maluquinha, Confesso que vivi de Pablo Neruda, a Carta da Dinda. Veio até a professora de Horizontologia! Todas aquelas pessoas da literatura só queriam contribuir para a escrita do memorial.
Confesso a todos vocês que me assustei um pouco, tinha momentos que não compreendia, em outros as palavras saltavam da minha boca. De repente! Uma viagem através da leitura do grande escritor Pablo Neruda, com o texto: “A palavra”.
Agora, quero compartilhar com você o significado dessa pequena e grandiosa palavra, digo, pequena, quando me refiro à quantidade de letras que uso para representar sua escrita, e grandiosa porque é através das palavras que deixarei minhas marcas durante todo esse curso.
Foi um longo caminho percorrido até aqui e deixar minha impressão registrada com palavras de conhecimentos adquiridos até esse momento neste curso.
Bem! Lembrando a você que, no momento, vou relatar apenas a atividade do grupo de orientação com a professora Solange Maciel, que tem contribuído com seus saberes para a construção do tão comentado Diário de Ciclo.
Imagine você, que fiquei pensando em como iniciar a escrita desse diário,
quando, de repente, em um dos encontros, uma pegadinha!
Refiro-me á pegadinha, porque a professora propôs um debate em grupo, um grupo á favor da escrita do diário e o outro contra á escrita do mesmo. Tarefinha difícil essa, não acha?
Pois encontrei dificuldade em argumentar contra a escrita do diário.
Todos nós sabemos que os registros são importantíssimos não só na área da educação, mas para todos os profissionais que atuam em diversas áreas.
Quaisquer que sejam os objetivos que nos mobilizam em relação ao registro por escrito, nele tematizamos o vivido na sala de aula, tematizamos nossa fala, nosso fazer de professoras. Enquanto na ‘aula’ nem sempre proferimos um texto organizados por nos, [...], ao tematizarmos a aula por escrito percebemos na construção mesma do texto. Percebemos nossa presença no modo como vamos evocando, selecionando e organizando nossas referencias [...] (FONTANA, 2003, p.168)

Foi a partir dessa discussão que percebi a valia de estar registrando diariamente sobre minha prática pedagógica. Esses relatos ou registros assim chamados arquivam informações valiosas a respeito de todo meu trabalho, através da prática de registro percebo avanços, dificuldades, vontades, desejos, o que deu certo, onde preciso melhorar etc. Porém, tendo a visão de refletir sobre meus relatos.
São essas reflexões que subsidiarão minha prática pedagógica.
Confesso a você que não tenho, ou, melhor dizendo, não tinha a prática de registrar diariamente. Tudo tem mudado na minha vida profissional graças ás contribuições que a atividade do grupo de orientação com a professora Solange Maciel proporcionou á minha pessoa como docente, analisando e refletindo sobre minha prática pedagógica.
“Através do diário podemos registrar nossos trabalhos e até mesmo nos corrigir, pois só na hora em que escrevo o meu diário eu vejo coisas que na hora da atividade não havia percebido.”
(Ana, C.J centro social do Brooklin)
A partir de agora eu vejo de outra maneira a forma de registrar minha prática, mesmo sabendo das dificuldades, como: sala cheia, sem auxiliar em período integral, mesmo assim quero romper barreiras, deixar de fazer registros só de vez em quando acredito que esse registro feito diariamente aproximará ainda mais os pais da escola porque também poderão ser socializados com os mesmos. Essa mudança já faz parte da minha vida.

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