terça-feira, 25 de novembro de 2008

Minhas Lembranças

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-UFBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO- LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ORIENTADORA: ROSELI SÁ
CURSISTA: ELIZABETE NOVAIS RIBAS

Linha de Tempo

Minhas Lembranças
Tempos bons aqueles de criança. Lembro-me do povoado onde nasci lugar pequeno, com casas longe uma das outras, porém, guardo muitas recordações boas. Eu morava numa casa bem grande e meu pai tinha uma venda, assim chamava naquela época, isso por volta da década de setenta, lá pelos meados de setenta e sete, tinha mais ou menos sete anos de idade. Juntava com minha irmã um ano mais velha que eu, para fazer estripulias de criança, pegar biscoito, bala, chicletes escondidos na venda do meu pai e correr para detrás do prédio, onde brincando de giribita, íamos saboreando a doçura das balas, sem se dá conta de vê o tempo passar.
Para estudar existiam as dificuldades, eu tinha que percorrer seis quilômetros de bicicleta, desse povoado chamado Bonzão, até outro, Aguada Nova, para continuarmos estudando.
Era divertido esse percurso, saíamos em grupo, irmãos, vizinhos, primos. Na estrada brincadeiras surgiam; quem chega primeiro, quem ficar atrás casará com o padre, entre muitas outras. Quando encontrava um bicho do tipo coruja, mico era diversão na certa, todos queriam levar para casa na esperança de que os pais deixassem criar. Na época da chuva era impossível ir à escola de bicicleta, pois era muita lama. Quando não encontrava alguém para nos levar, perdia aula, isso já era na pré-adolescência, lá pelos onze, doze anos de idade.
Ainda nesse período, perto da minha casa tinha um barreiro, um lugar onde eles retiravam a terra, e enchia com água da chuva. Ficava de baixo de um pé de umbu e sem ter noção do perigo eu subia nos galhos do umbuzeiro e pulava dentro do barreiro mesmo sem saber nadar. Como era bom!
Eu gostava de ir dormi com minha madrinha na casa da minha avó e sob a claridade da lua, nos reuníamos nos terreiros sentados em esteiras para ouvir histórias, lendas que eles contavam.
Os tempos passaram, mas guardo boas recordações. Meu pai tinha um jipe e me levava para a roça, lá tinha um lugar chamado lagadiço esse nome eu acho que é por conta que tudo se alagava depois da chuva nesse lugar tinha vários pés de goiaba, parece que estou me vendo descendo entre os galhos roliços e lisos da goiabeira. Nossa! E a qualidade das frutas! Minha mãe costumava fazer tachos de doces lembro-me bem que ficava com uma cor vermelho bem escuro. Guardo também boas recordações do meu avô fazendo brinquedos com miolos do sisal com espinho do quiabento, esse trabalho era feito embaixo de um pé de angico. Eu ficava encantada a observar ele com tanta habilidade cortar as fatias finas do sisal e prendendo com os espinhos até formar os brinquedos: mesa, cadeiras, prateleira, cama, etc.
Na minha adolescência eu gostava de brincar de bola na frente de casa, meninas e meninos ao entardecer tinham um encontro marcado, isso quando a mãe deixava, pois dizia que não era brincadeira para menina.
Vivenciado tudo isso foi duro separar dos meus pais e passar a viver com meus tios para estudar o ensino médio fora de casa, tudo isso se passava por volta dos meus dezesseis anos de idade. Ter que encarar pessoas desconhecidas, afinal estava saindo de um lugar pequeno onde todos se conheciam, para uma cidade bem maior. Foram momentos angustiantes até chegar ao colégio, sempre fui de fazer amizade e não demorou muito para formar os grupos tudo se tornou mais fácil porque tinha uma colega que era daqui da cidade de Irecê. Ficamos logo amigas.
Não posso esquecer que já me diverti muito correndo atrás de pneu velho, aqueles que já não serve mais pros carros, mas para mim e meus amigos tinha um grande valor, pois nos proporcionavam momentos de alegrias.
Fica também a lembrar quando minha mãe se juntava as outras pessoas da família e faziam deliciosas pamonhas de milho verde que na ocasião tinha em abundância, com tanto trabalho pela frente ninguém desanimava. As tarefas eram divididas, tinha as que cortavam o milho, tirava do sabugo, escolhia as palhas que serviam para o cozimento da pamonha, moía em máquinas manuais, entre uma conversa e outra ninguém desanimava, o fogo era feito no chão para ser colocado caldeirões grandes. Com pouco tempo podia sentir o cheiro no ar do tão famoso bolo de milho cozido na própria palha do milho. São muitas coisas boas á serem lembrados que pena que pessoas queridas como minhas avós já se foram, mas guardo nas minhas lembranças coisas que estavam adormecidas e que estão sendo reavivadas através de boas leituras. E que contribuirão para a escrita do meu memorial.


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