terça-feira, 25 de novembro de 2008

Palavras

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-UFBA
CURSO: Licenciatura em Pedagogia nas series iniciais
ORIENTADORA: Lícia Beltrão
CURSISTA: Elizabete Rodrigues Novais

PALAVRA, PALAVRAS, SE ME DESAFIA ACEITO O COMBATE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Para saber o sentido das palavras, freqüentemente temos que saber em que contexto foram usadas. Há muitas coisas interessantes sobre as palavras, além de sua impossível uniformidade e bom comportamento, que fomos acostumados a procurar, descobrir. Aliás, é muito mais interessante olhar para elas como se olha para outros fenômenos da natureza. É mais instigante querer saber como se comportam de fato no mundo. (o mundo de uma língua e seu uso por muitos falantes, bastante diferenciados em numerosos contextos) do que querê-los congelá-los em uma redoma.
As palavras têm grande significado para nós, pois elas comandam nossa idéia. É através delas que consigo imaginar coisas fantásticas, reviver lembranças de acontecimento do passado, agora no presente. Cada palavra tem sentido na nossa história.
Escrita, experiência e formação - múltiplas possibilidades de criação de escrita.
A autora Sônia Kramer, deixa clara a importância da escrita na formação do cidadão.
Estou, porém convencida de que dentre todas as possíveis formas de expressão, dentre todos os modos de deixar marcas e demonstrar o que se pensa , sente , deseja ou crê, a escrita teve e tem um papel central ainda não aprendido, ainda não exercido, na escola, ainda que não praticado por aqueles quem faça a história na e da escola.
Sabemos que para o desenvolvimento da linguagem escrita as crianças dependem de algumas habilidades motoras e cognitivas. Motora pelo traçado das letras e percepção espacial, cognitivas pela relação mental entre sons e letras.
Muitas vezes a escrita é imposta à criança como algo estático. É como comparar com um quebra-cabeça que, ao juntar algumas peças (letras) encontra-se uma figura (palavra).

De acordo com Vygostky (1988, p.119), ”ensina-se as crianças a desenhar letras e construir palavras com elas,mas não se ensina a linguagem escrita.”Se não devemos simplesmente trabalhar a codificação, como desenvolver uma metodologia que possibilite aos alunos formular suas hipóteses e construir a representação da escrita?
Precisamos conhecer e compreender primeiramente como a criança pensa ao representar à escrita. Assim, estaremos oportunizando ás elas pensarem ativamente e criarem suas hipóteses.
O Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998, p.120) alerta que:
Ao se considerar as crianças
Ativas na construção de conhecimentos
E não receptores passivas de
Informações há uma transformação
Substancial na forma de compreender como elas
Aprendem a falar, a ler e a escrever.

Segundo Ferreiro (2001) e seus colaboradores, as crianças passam por fases do desenvolvimento da escrita. Veja essas fases:
o Garatujas- Traçados irregulares, desordenados, aleatórios, utiliza-se bolinhas, retas, curvas, não diferencia letra e números.
o Pré- silábica- escreve letras do seu nome, utiliza muitas letras para escrever palavras, não relaciona as letras com os sons da língua falada, não admite que uma palavra possa ser escrita com uma ou duas letras.
o Silábica – Aos poucos cria hipótese de que para escrever usa-se uma letra para cada silaba, usa-se letras de seu nome ou de amigos.
o Silábico alfabético – Considera, ainda, a hipótese de que para escrever utiliza-se uma letra para cada sílaba, mas cria relação entre os sons e as letras que necessitam para escrever.
o Alfabética – Antes de considerar alfabética há várias hipóteses que norteiam esta fase até chegar há ortografia correta. Ex:
Pode escrever casa da seguinte forma: CSA (considerando a letra c com o som de Ca); CAZA (pelo o som de S entre duas vogais tem o som de Z)
Muito mais do que simplesmente conhecer e saber identificar as fases do desenvolvimento da escrita é saber trabalhar e desequilibrar a criança desafiando- a formular hipóteses diversas até chegar à concepção da construção da escrita.
O professor no seu papel de mediador dessa aprendizagem deverá favorecera aos alunos desafios e atividades que os permitam construir com significado a escrita e a alfabetização será conseqüência dessa prática. (FERREIRO 2001).
Hoje, já notamos avanços com relação ao ato de escrever.
As crianças são encorajadas desde pequenas á demonstrarem, do seu jeito, seu entendimento sobre a escrita e também é desafiado o tempo todo a criarem palavras, frases, textos com base em imagens, para que as mesmas elaborem hipóteses e demonstrem que são capazes e que a escrita tem um papel de grande relevância durante sua trajetória de vida.
Se considerarmos de como surgiu à escrita desde os tempos primórdios como era representada através de símbolos evoluímos muito.
Como educadores devemos criar hábitos, formas, maneiras para o nosso alunado descobrir que é através da escrita que deixarão marcas registradas, decifrando nossa historia.

Nenhum comentário: